não creio nos olhos das fotografias
amarelecidas pela vida dos mortos
que em “cómoda” forma de altar os representam

como sonho e acaso para eu ver:

em pé homens de fato com colete
e gravata um só com laço
ao pescoço

das mulheres só duas em pé das quais
uma levanta ao seu colo uma criança

outras quatro mulheres na fila da frente sentadas
estão ladeadas por

quatro crianças tristes
que não sabem para quê ali estão perfiladas
e só por isso

sei que é tão fingida
a tristeza delas

como a minha ao vê-las